quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Colbert foi detido para evitar eliminação de provas, diz delegado da PF

O secretário nacional de Desenvolvimento de Programas de Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, está entre 38 presos na Operação Voucher da Polícia Federal (PF), deflagrada na manhã desta terça-feira (9). Também foram presos um ex-presidente da Embratur, além de empresários, diretores do ministério e funcionários do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi) e o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, que tem o cargo mais importante da pasta depois do ministro.

O diretor-executivo da Polícia Federal, Paulo de Tarso Teixeira, disse que 33 pessoas foram presas e R$ 610 mil foram apreendidos na Operação Voucher, deflagrada nesta terça-feira e que investiga desvios de dinheiro no Ministério do Turismo.

Segundo o delegado, o secretário-executivo da pasta, Frederico Costa, o ex-secretário-executivo, Mário Moysés, e o secretário nacional de Programas e Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins da Silva Filho, foram presos preventivamente, ou seja, para evitar a eliminação de provas e com prazo maior de detenção.
Para que a Justiça decrete a prisão preventiva, as provas têm que ser mais robustas do que as prisões temporárias", disse o delegado. Por determinação da Justiça Federal, todos que foram presos preventivamente serão encaminhados a Macapá, onde a investigação está centralizada.


A produção do Acorda Cidade tentou contato com Colbert Martins, mas não obteve êxito. O irmão de Colbert, Evaldo Martins, informou que ele foi preso em São Paulo e está sendo encaminhado para o Macapá, para prestar esclarecimentos. Evaldo disse que "ele está tranquilo, pois sabe da sua inocência". Segundo Hosannah Leite, assessor do ex-deputado, "o processo é de 2009 e a investigação vem em andamento muito tempo. Como Colbert liberou uma parcela do projeto investigado, também foi detido. O que não significa que ele tenha culpa, pois o processo estava em andamento quando ele assumiu o cargo".

A investigação
A investigação da PF começou em abril deste ano. No total, a Justiça expediu 38 mandados de prisão --19 temporárias e 19 preventivas--, mas 33 foram detidos por enquanto. Em Brasília, dez pessoas foram presas preventivamente, enquanto sete estão detidos temporariamente e deverão ser soltos após prestarem depoimentos.


De acordo com a investigação --que deve ser finalizada entre duas semanas e um mês -- o convênio suspeito totaliza R$ 4,45 milhões do ministério, em convênio com o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável), no Amapá.

"O dinheiro era repassado pelo ministério ao Ibrasi, que usava empresas do grupo ou fictícias. A partir desse repasses, os treinamentos não eram executados", disse o delegado. Os policiais suspeitam que pelo menos dois terços deste valor foi desviado. O Ministério do Turismo fez o convênio com dinheiro originado de emenda parlamentar. Segundo o delegado, contudo, não indícios, "até o momento", de participação de deputados no esquema.

Na casa do diretor do Ibrasi, em São Paulo, foram apreendidos R$ 610 mil, um dos objetivos da operação era justamente buscar dinheiro vivo. A PF, contudo, disse que não informará nomes dos envolvidos nem especificar a conduta de cada um. De acordo com o delegado Paulo de Tarso Teixeira, as oitivas que serão realizadas servirá para esclarecer a participação dos envolvidos no esquema. Com informações da Folha.

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