terça-feira, 9 de agosto de 2011

Denúncia: Deputado Targino Machado diz que área do CIS está sendo usada de forma irregular

Roberta Costa | deputado estadual Targino Machado
Roberta CostaBlusa suja e rasgada, bermuda, boné na cabeça, chinelo de dedo e as mãos calejadas pelo trabalho na roça. Assim estava trabalhando o agricultor Manoel Febronio da Rocha Neto, 71 anos, na manhã desta segunda-feira (8).

Ele reside no povoado de Jacaré, em São Gonçalo dos Campos e estava pegando adubo para levar para sua “rocinha” que fica a alguns quilômetros da BA 502, sentido Feira de Santana, São Gonçalo. O mau cheiro do adubo é insuportável para os narizes desacostumados. O senhor Manoel nem “sente mais”.

Plantar, colher e adubar o terreno, faz parte do dia a dia normal de um agricultor, exceto pelo fato do senhor Manoel não ser dono da terra que planta. Segundo, o deputado estadual Targino Machado, líder do bloco independente PSC/PTN, na Assembleia Legislativa da Bahia, a terra que o senhor Manoel e tantos outros, plantam e colhem feijão, milho e eucalipto, pertence ao Centro Industrial do Subaé (CIS).

Targino afirma que cerca de 225 tarefas de terra, que pertenciam ao Instituto Baiano de Fumo (IBF), foram doadas no ano de 1990, pelo então governador Nilo Coelho ao CIS, quando ele era prefeito da cidade de São Gonçalo dos Campos. Antes da doação, o governador baixou um decreto ampliando o CIS para os municípios de São Gonçalo dos Campos, Conceição da Feira e Conceição do Jacuípe.

A área fica atrás da atual fábrica da Perdigão, onde antigamente funcionava a Avipal. “A área de plantio de eucalipto pertence a empresa Perdigão, mas existem plantações irregulares em outros locais”, disse Targino.
O agricultor Manoel informou que “ninguém nunca reivindicou o terreno. O povo vende, planta, faz o que quer. Mas, se quiserem tomar, a gente devolve”.


Targino disse que entrou em contato com o deputado estadualNeto, líder do governo na Assembleia Legislativa, para discutir o problema, mas não conseguiu levá-lo ao local. “Já denunciei no Ministério Público Federal e Estadual e nada é resolvido. Eu falei com Zé Neto e não tive êxito. Acho um absurdo Feira de Santana perder indústrias por conta disso, tendo um terreno tão grande como esse”.

Na área, além das plantações, é grande o número de animais vivendo em pastos cercados e trancados com cadeados. “Isso é um absurdo, é dinheiro público mal utilizado. Isso vem se arrastando há 20 anos”, concluiu Targino.

Segundo Zé Neto informou ao Acorda Cidade, “realmente o deputado Targino me procurou várias vezes. Mas, devido a um choque de agendas, não foi possível resolver o problema. Vou chamá-lo para verificar a situação de perto”. Zé Neto acrescentou que não conhece a área e nem tem certeza que ela pertence ao CIS, mas garantiu que “se a área for do estado, o estado vai tomar”.

O diretor Geral do CIS, José Mercês Neto, disse que a área não consta no registro de imóveis do CIS e que, recentemente, ele enviou um ofício aos cartórios de Feira de Santana e de São Gonçalo pedindo um levantamento imobiliário. “No levantamento que pedimos, não encontramos nenhuma área com essa proporção. Existe uma área remanescente em São Gonçalo dos Campos, com 200 mil m², sendo que 80 mil já estão reservados para a instalação de uma empresa no local”.
Fotos: Acorda idade















































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