quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Jovem invade 10 escolas baianas com arma de brinquedo e revela falhas na segurança

O jovem Anderson Shon publicitário de 23 anos, morador do bairro da Caixa da Água, com uma arma de brinquedo na mochila, uma câmera na mão e uma idéia na cabeça “invadir" dez colégios públicos de Salvador para saber o que mudou no sistema de segurança das instituições após o massacre em uma escola do Realengo, no Rio de Janeiro, que deixou 11 mortos em abril deste ano.

O resultado foi o documentário "O que nós aprendemos", filmado nos dias 25 e 26 de julho e publicado no YouTube .Por enquanto, o vídeo tem pouco mais de 70 visualizações e ainda é desconhecido nas redes sociais, mas o seu objetivo foi alcançado, Anderson passou por 10 instituições de ensino sem passar por nenhum tipo de abordagem ou revista e provou que as instituições não oferecem segurança aos estudantes

No documentário, o publicitário vai até o banheiro das instituições "invadidas" e retira a arma de brinquedo da mochila, mostrando como uma pessoa poderia facilmente reproduzir a ação de Wellington de Oliveira, atirador que matou 11 crianças no Rio de Janeiro.

Nas unidades onde encontrou maiores dificuldades para entrar, quando foi questionado sobre o motivo da ida ao colégio, Anderson conseguiu enganar a segurança com justificativas simples, dizendo que precisava ir ao banheiro ou solicitar o seu histórico escolar, como fez o atirador do Rio.

Ele não quis revelar por quais colégios passou: "quero que as pessoas pensem que eu passei por seu colégio, para que todos cobrem mais segurança nas instituições em que estudam", explicou o jovem, que também passou pelo colégio onde estudou na infância. "Na época, não tinha noção que era tão perigoso estar naquele local", acrescentou Anderson, que também estudou durante alguns anos em São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

A idéia de produzir o vídeo surgiu depois que ele foi fazer uma visita a um amigo em uma escola de Salvador e percebeu como era fácil entrar na unidade mesmo depois da tragédia no Rio. "Sempre trabalhei na linha do humor, publicando vídeos no, mas depois deste fato vi que a falta de segurança nas escolas era um assunto muito sério para ser ignorado". Anderson aguarda o resultado da sua especialização em educação e espera poder colaborar para não ver mais pais chorando no país que ele acha que não aprende com seus erros.



Fonte: Correio/Daniela Chauí

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