segunda-feira, 15 de agosto de 2011

UMA LEITURA DOS NOSSOS TEMPOS


Vivemos hoje dias complexos. Qual o discurso da Igreja? Será que devemos flexibilizar? Deixar a verdade de lado e “contextualizá-la” às realidades? Aos ouvintes?


Pensando nisto estava ministrando aos meus discípulos esta semana.Três coisas em nosso tempo não possuem mais credibilidade: Instituições, Pessoas e Verdades.


Após a 2ª Guerra Mundial deu-se o desenvolvimento das políticas de massa – comunicação, publicidade, comércio – e as políticas de alcance mundial.


A cibernética alcançou todos os rincões da Terra, e os mais variados produtos são oferecidos em campanhas publicitárias muito bem estudadas e produzidas, onde os consumidores já não tem “tanta liberdade” de escolha, dadas as influencias das massas.


Durante estes anos de desenvolvimento, chamados de Era Moderna, as Instituições, Pessoas e Verdades gozavam de prestígio e reputação quase inatingíveis.


Eisenhower, Churchill, Charles De Gaulle, Margareth Thatcher, João Paulo II, Billy Graham… pessoas de caráter e reputação acima de qualquer suspeita, independente do credo ou nação.


IBM, Exército da Salvação, Citibank, FBI, Federal Reserv, Boeing, Família Real Inglesa, Seminário Batista, Igreja Católica, Visão Mundial...


Eis uma pequena lista de instituições conhecidas mundialmente e respeitadas, tanto pela qualidade quanto pela seriedade e honestidade de suas propostas e procedimentos.


No quesito VERDADES tem-se a virgindade, casamento e divórcio, usos e costumes, Volta de Cristo, Grande Tribulação, vida privada e vida pública, ética... muitas são as verdades que hoje são frequentemente questionadas.


Apenas alguns exemplos de Instituições, Pessoas e Verdades. O que cria a similaridade entre estes é que não existe mais credibilidade, infalibilidade e defesas irrefutável de nenhum deles. Qual instituição hoje não fica, a priori, sob suspeita?


Qual cantor, político ou esportista que não esteja sendo bisbilhotado de tal modo que algo espúrio possa surgir a qualquer momento? Qual verdade hoje é agressivamente defendida por algum grupo?


Pastores cresceram defendendo a denominação a qual pertenciam. Chamavam de IGREJA sua denominação, o que inclusive dificultou e atrasou a compreensão da doutrina do Reino.


Pastores cresceram admirando seus antecessores, patriarcas que inspiravam suas vidas, os quais possuíam certa aura de infalibilidade e reputação acima de qualquer suspeita.


Denominações e teólogos denominacionais assumiam a defesa de determinada linha ou verdade teológica, de modo que a Igreja Batista acreditava em “uma vez salvo, salvo para sempre”, e os Assembleianos eram, por seu turno, arminianos. Hoje o que isso significa? Nada!


A Igreja não pode mais, em pleno século 21, defender Pessoas, Instituições ou Verdades. Por mais que o pastor seja honesto e “homem de Deus”, por mais que a denominação seja histórica, e por mais que a verdade defendida seja importante, nada disso vai atrair pessoas a Cristo, muito menos vai se sustentar em plena Pós-Modernidade.


As expressões “Somos a maior Igreja da Cidade”, “Nossa Igreja vai completar 69 anos”, “Ele é muito usado por Deus”, “Ele prega muito bem”, são expressões com muito pouca força e quase acrescentam credibilidade relevante, nem transmitem verdade sustentável.


A ÚNICA ALTERNATIVA PARA A IGREJA É DEFENDER ESCOLHAS. Sim, defender o que decidiu fazer, a escolha, a opção feita.


Sim, porque hoje grupos e pessoas defendem uma escolha feita. Nesses tempos há uma campanha contra a discriminação, e todos podem fazer escolhas e defende-las. Por que não a Igreja escolher seu estilo de Ser Igreja, e defender a escolha feita?


A Igreja pode tranquilamente dizer “Nossa Igreja trabalha prioritariamente com homossexuais”. Fim. Ou então “Nós trabalhamos com discipulado porque acreditamos nas pessoas”. Fim. Ou pode ser “Nós aqui priorizamos fazer algo pelos pobres”.


Seja como for, acredito que não é mais tempo de defender INSTITUIÇÕES, PESSOAS OU VERDADES. As verdades servem para nós, discípulos, e não para os descrentes.


Para eles é a coerência da Igreja que atrai ou afugenta. É a sujeira das igrejas, dos pastores ou a incoerência da vida de crentes que afugenta descrentes da vida com Deus.


Assumir escolhas implica em muito mais seriedade naquilo que se prega, se vive e se estrutura. Uma Igreja que é pastoreada por gente humana, e não por super-estrelas, é uma Igreja mais acessível e menos assustadora.


Transmite mais confiança por conta justamente da verdade que demonstra na forma de ser cristão. Também uma vida bonita, escolhida e assumida sem medos e vergonhas, transmite credibilidade e confiança, uma vez que cada pessoa será atraída pelo Espírito mas será afugentada por crentes incoerentes!!!





Fonte: Nils Bergsten

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