quinta-feira, 28 de julho de 2011

Jornalista feirense João Falcão, morre aos 92 anos

Divulgação | Jornalista feirense João Falcão
Morreu, às 21h desta quarta-feira (27), no Hospital Português, em Salvador, o jornalista feirense, João Falcão. Ele estava internado na unidade desde segunda-feira (25), com embolia pulmonar. João Falcão será sepultado na tarde desta quinta-feira (28), no cemitério Campo Santo em Salvador.

Segundo a sobrinha, Adenil Falcão Bahia, João Falcão era apaixonado por Feira de Santana. Dentre os 12 irmãos de João, estão o ex-prefeito da cidade, Newton Falcão, o ex-deputado federal, Wilson Falcão e o atual presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Alfredo Falcão.

Biografia – João Falcão nasceu em 1919 em Feira de Santana, formou-se em direito e atuou politicamente dos anos 30 aos 60, militando durante 20 anos no Partido Comunista do Brasil. Ele se manteve lúcido durante toda a vida e, estava preparando mais um livro. No ano de 1938, fundou a revista “Seiva”, fechada pelo Governo Vargas em 1943. Um ano antes do fechamento da Seiva, em 1942, ele criou o matutino “O momento”, que permaneceu ativo até 1956. Em 1955, João Falcão, foi deputado federal, chefe da Delegação Brasileira ao Congresso Mundial da Paz em Helsinque e visitante da União Soviética e da China popular.
Jornalista, empresário do ramo imobiliário e banqueiro, João Falcão começou aos setenta anos, sua carreira literária com o livro de memórias “O Partido Comunista que eu conheci”. Desde então, lançou as biografias “Giocondo Dias – a vida de um revolucionário” e “A vida de João Marinho Falcão – vitória da honra e do trabalho”. Em 1999, lançou “O Brasil e a Segunda Guerra Mundial”.

Não deixe esta chama se apagar – História Jornal da Bahia



O Jornal da Bahia foi fundado em 21 de setembro de 1958 e permaneceu atuando por 25 anos, sendo “uma das mais belas e dramáticas histórias da imprensa brasileira, na qual se registram momentos do mais puro idealismo por parte de jornalistas que, desiludidos, debandaram das fileiras do Partido Comunista e de outros mais jovens, imanados pelo ideal de fundar um jornal livre de injunções partidárias e de grupos econômicos que dominavam a imprensa da Bahia e de quase todo o país".
Em 1969, o Jornal da Bahia passou a rodar 40 mil jornais por dia. A partir desse momento, Antonio Carlos Magalhães, que estava em seu primeiro mandato como governador, passou a orquestrar uma campanha contra o Jornal da Bahia, tendo como objetivo principal, o fechamento do jornal. Suspensão da publicidade do governo e da prefeitura, perseguição de anunciantes, tentativas de obter as ações do jornal, foram algumas das ações que visavam a sua destruição. O Jornal da Bahia então criou a campanha “Não deixe esta chama se apagar”, resistindo ao cerco por algum tempo, sendo atualmente um marco importante na história do jornalismo baiano, formando uma geração de jornalistas “de coragem, uma história de amor à liberdade, de insubmissão à tirania” como Glauber Rocha (fundador do Cinema Novo), Levi Vasconcelos, Samuel Celestino, Ariovaldo Mattos, Alberto Vita, Emiliano José, Newton Sobral, Muniz Sodré e tantos outros.

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