quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Governo entrega residencial inacabado em Feira

A rede de energia elétrica já está instalada, mas faltam os braços para a implantação da iluminação pública
Moradores do Residencial Santa Bárbara, localizado no bairro Mangabeira, e adquirido através do Programa “Minha Casa, Minha Vida”, estão insatisfeitos com as condições de moradia em que se encontram. Há menos de um mês no local, eles reclamam das rachaduras nas paredes externas e internas dos villages, bem como da existência de infiltrações em muitos deles. Além disso, há problemas na encanação, falta energia nos postes do condomínio e ruas esburacadas.
O Residencial Santa Bárbara conta com 380 villages de dois quartos, sala, cozinha, um banheiro, com área total de cerca de 40m2. Localizado em um lugar de difícil acesso, cercado por condomínios inacabados e em ruas sem pavimentação. Para piorar, não há iluminação pública, apesar da presença dos postes.
Mas, o que tem incomodado mesmo os novos moradores do empreendimento são as péssimas condições em que as casas foram entregues. A dona de casa Dalva Sueli dos Santos reclama que falta energia na sua residência e não tem água para beber, tomar banho e cozinhar. “A minha água foi ligada na casa do vizinho, eu ligo minha torneira aqui e ela cai lá. Eu tive que quebrar minha cozinha para descobrir onde estava o problema”, informou.
A moradora mostra rachaduras em algumas paredes da casa e um pedaço da sua área que foi tomada pela cerca de outro condomínio, construído ao lado. Outro problema é a falta de iluminação pública nas vias do residencial, ainda que a empresa responsável pela instalação da rede elétrica já tenha colocado os postes nas ruas do local.
“A falta de energia nas ruas está causando muitos problemas aqui. Tem acontecido muitos assaltos durante a noite e, recentemente, uma moça foi estuprada em frente ao condomínio. Não há condições para morar aqui, não dá sequer para chegar mais tarde em casa, porque o lugar é um breu”, reclamou a dona de casa Dalva Sueli, indignada.
A diarista Edneuza Coutinho disse que no dia em que as famílias fizeram a vistoria das casas ela, prontamente, apontou os problemas da residência. “Eles anotaram e depois vieram aqui fazer o reparo, mas é desse jeito que vocês estão vendo: Deixaram as paredes cheias de remendos mal feitos”, afirmou a diarista.
Outra moradora do condomínio, Valmira Pereira, estava tentando levar uma cama box casal para o quarto, que fica na parte superior do village, mas não conseguiu, devido à largura da escada, que é muito estreita. “Eu não sei o que vou fazer. Não tenho espaço para colocar nada dentro de casa e também tenho problemas de saúde. E agora? Vou ter que dormir no chão da sala?”, indagou a dona de casa.
Explicações
A reportagem do FOLHA DO ESTADO conversou no local com o engenheiro da Construtora SM Construtora Ltda., responsável pelo empreendimento. Ele não quis se identificar, mas afirmou que a construtora tem um prazo de cinco anos para regularizar os problemas que se apresentarem nesse período.
De acordo com o engenheiro, a Caixa Econômica vai emitir uma nota ainda esta semana, esclarecendo as dúvidas dos moradores. A construtora deve ampliar a quantidade de profissionais que prestam os serviços de reparo do condomínio, que atualmente conta somente No primeiro dia do festival, quem marcou presença com um pedreiro, um eletricista e dois serventes.
“Quanto à questão das rachaduras, elas não comprometem a estrutura das casas. O que pode comprometer é a fundação. Além disso, a empresa está atendendo às reclamações”, afirmou o engenheiro.
Ainda segundo ele, o ideal era que o empreendimento fosse entregue após estar totalmente finalizado, mas não foi o que aconteceu. “Sabemos que faltam algumas coisas, mas estamos consertando”, disse.

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